Crepúsculo:Lua Nova
Logo no início da exibição, “Lua Nova” dá sinais que pode ser uma continuação à altura de seu antecessor, “Crepúsculo”: além das cenas iniciais remeterem ao mesmo clima e contexto do primeiro filme da saga, há também, logo de cara, referências à literatura, que pontuaram o longa anterior e as quais a resenha de Cinema é Magia sobre “Crepúsculo” tanto elogiou (relembre a resenha de Crepúsculo clicando aqui). Mas fica só na promessa: infelizmente, logo o filme se transforma num grande marasmo que nem as transformações de Jacob nem os dramas pessoais de Bella conseguem suplantar. O filme definitivamente só cresce, e termina bem por conta disso, quando a trama se amplia e chega à Itália, com direito a clima de suspense e ótimas cenas da festa de São Marcos e do interior de belas edificações italianas.
Curiosamente, a razão desta melhora é de certa forma diferente do que acontecia com “Crepúsculo”. Se no filme anterior Robert Pattinson tinha uma atuação tão boa quanto discreta enquanto Kristen Stewart roubava o filme, desta vez os papéis se inverteram: apesar do foco estar todo em Kristen Stewart, que tem uma atuação menos impactante e em alguns momentos limitadamente constrangedora, é Robert Pattinson, que fica ausente em boa parte do filme, quem de fato rouba todas as cenas das quais participa. Edward salva o filme, pelo menos durante o tempo em que está na frente das câmeras.
Portanto, mesmo a exuberância física de Taylor Laurent — que gera suspiros e gritinhos na plateia feminina da sala escura durante a exibição — e o clima que rola entre Jacob e Bella não são capazes de animar todo o período em que o vampiro protagonista está fora de cena: Robert Pattinson é um dos dois grandes nomes de “Lua Nova”. O outro destaque é a excelente participação de Michael Sheen como Aro: grande ator, este sim consegue, de fato e num papel coadjuvante, a interpretação mais marcante do filme. Mas não posso deixar de comentar os (pouquíssimos) minutos de Dakota Fanning: em poucas falas e muitas expressões que valem mil palavras, bota no bolso Kristen Stewart, fácil fácil. Aos 15 anos mas desde sempre, uma grande atriz, com uma carreira [tão] enorme [quanto passível de percalços, torça para que não] pela frente.
De resto, com direito a 2 segundos de Cristo Redentor e algumas maquiagens constrangedoras (repare a falta de capricho na diferença entre cor de rosto e cor de pescoço, mesmo nos que não são vampiros mas especialmente nestes), vale a menção à ótima trilha sonora e aos caprichados efeitos especiais em um filme que fica aquém do primeiro episódio mas que deixa um ótimo gancho para o seguinte. Quem leu o livro como sempre deve encontrar várias cenas faltando, natural em qualquer adaptação, mas certamente os fãs devem gostar bastante do que vai assistir. Já eu espero que o terceiro filme da saga, “Eclipse”, volte ao nível de qualidade do primeiro.
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